segunda-feira, 20 de junho de 2011

RESENHA: Stardust

Nina Duoli

Tristran Thorn
Tristran Thorn
Nem sabe porque nasceu
E fez uma promessa tola
E agora suas calças, seu paletó e sua camisa estão rasgados
Por isso ele está aqui sozinho e infeliz
Para logo encontrar o desdém de sua amada
Wistran
Bistran
Tristran
Thorn




Esse sim é um livro difícil de descrever ou tão fácil que não dá nem pra saber como começar. Até porque, essa é uma história contada por Princess, tataraneta da gata da família Thor, para Neil Gaiman. Pra mim, foi o melhor jeito de entrar no mundo dos livros de Neil Gaiman, pois Stardust é o primeiro livro que li, apesar de já ter visto filmes baseados em seus livros (mas não vi Stardust).



O livro começa coma história de Dunstan Thor, um jovem da cidade de Wall – uma cidade que faz fronteira com o mundo das fadas – que atravessa o muro para visitar a feira que acontece a cada 9 anos no mundo das fadas e lá, depois de comprar uma florzinha branca de vidro, acaba caindo nos encantos de uma jovem.

Algum tempo depois, Dunstan, casado com Daise, recebe uma cestinha com Tristran dentro, seu filho. Tristran cresce e é um rapaz um pouco esquisito e apaixonado por Victória Forester, segundo ele o grande amor da sua vida. É por causa de um pedido tolo dela, que Tristran sai de viagem pelo mundo das fadas a procura da estrela cadente que eles viram cair no momento que em Tristran pedia a ela um beijo.

A partir do momento em que Tristran entra no mundo das fadas é que mergulhamos na magia toda do livro e nos novos personagens o que inclui animais muito sábios que conversam, bruxas muito antigas que querem de volta sua juventude, homens que para terem o poder tem que matar todos os irmãos, fadas, barcos que navegam nas nuvens, unicórnios, estrelas cadentes... tuuuudo que a imaginação é capaz de imaginar.

A viagem de Tristran pelo mundo das fadas parece guiada pelo destino. Devido sua ligação com esse mundo e seu coração puro ele sabe todos os caminhos a seguir e tudo acontece bem naturalmente (inclusive as coisas que ele descobre sobre ele mesmo). Ele sabe o que falar e com quem falar, por onde ir, quem é bom e quem não é e quais conselhos seguir. Quando ele finalmente encontra a estrela (que carrega um segredo que nem ela sabe na cintura), depois de muitos meses de viagem, a história fica ainda mais divertida.

A estrela de olhos azuis e cabelos quase brancos que quebrou a perna na queda, chinga Tristran de todos os nomes feios possíveis e até consegue enganá-lo fugindo com o unicórnio que a Lua mandou para eles. Mas a missão de Tristran de levar a estrela para Victória o faz ir atrás dela e salvá-la de todos os perigos, inclusive da Lilin mais velha que quer levar o coração da estrela para que ela e as irmãs possam ter novamente a juventude.

No caminho Tristran é ajudado por um rato do campo que fala e por Primus, que está tentando fugir do irmão Septimus que quer matá-lo para ser o novo rei do Domínio das Tempestades e que primos, para ser rei, também tem que matar o irmão Septimus.
Quando finalmente Tristran consegue acalmar a estrela eles conseguem uma carona em um navio mercante que navega nas nuvens e depois, em formato de rato, na carroça da bruxa das flores de vidro- aquela mesma em que seu pai comprou a florzinha branca a 18 anos atrás – até chegar em Wall. E é assim que Tristran descobre sua verdadeira origem e seu verdadeiro amor.

O livro apesar de a primeira vista parecer uma história de amor até infantil, é cheio de significações e lições de vida, principalmente sobre confiança, amizade e sobre independente da dificuldade, nunca desistir do que você sonha e do que acha certo.

As ilustrações de Charles Vess conseguem deixar tuda a história ainda mais mágica. Os desenhos tem traços muito refinados e com cores parecendo de aquarela que dão um toque bem suave, bem “conto de fadas” ao livro. Fora que as ilustrações muitas vezes se misturam ao texto e é possível ler através delas.

Infos:

Título: Stardust
Autor: Neil Gaiman
Ilustrações: Charles Vess
Páginas: 208
Ano: 1998
Editora: DC Comics

Trailler do filme:

5 comentários:

  1. Quero muito ler ese livro, finalmente consegui ele, mas ainda não peguei para ler!

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  2. Nossa eu acho esse filme liindo , e sempre me interessei pelo livro , mas nunca compreei ...
    ameei a resenha , quem sabe agora eu nao me animo e compro?
    Beeijos
    Clara

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  3. Nina, se o livro for tão bom quanto o filme e sua resenha, tenho certeza que irei amar! Sempre tive vontade de ler e agora você piorou tudo! XD

    Adorei!

    beijos

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  4. Eu assisti esse filme totalmente por acaso na Globo esse ano. Antes, nunca tinha ouvido falar nele, não sabia que tinha livro e muito menos que era escrito pelo Neil Gaiman.
    Amei, amei, amei o filme! Foi um daqueles que fez meu coração derreter um pouco e ter mais esperança de que ainda exitem pessoas que valham a pena nesse mundo.
    Com todas as lições que a história passa, aquele clima de cortes e vilarejos, e até a fotografia do filme, fazem mesmo parecer uma historinha de criança. E pode até ser encarada como isso mesmo, mas acho que a atmosfera que o Neil criou e os significados de tudo o que acontece, são muito mais profundos, se a gente for parar e pensar.
    Já vi gente dizendo que o filme é melhor que o livro, mas vou ler ainda pra conferir por mim mesma.
    Vi nas informações aí que tem 208 páginas só. Isso contando com ilustrações! Nossa, como é que cabe tanta história só em 208 páginas? HAUSUHAHUSHU
    Resenha ótima, Nina! :P

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  5. Monique,

    Sou fã de carterinha do Neil Gaiman, não acho que tudo que ele fez (e faz) seja considerado uma obra-prima, contudo considero que a leitura de suas obras são obrigatórias para quem gosta de contos de fadas modernos, pois é assim que classifico sua escrita. Ele pega elementos básicos de qualquer conto de fadas e traz para nosso possível/impossível realidade.
    Não li este livro, mas agora que vi a sua resenha qualquer dúvida desapareceu. O problema todo é que eu assisti ao filme e dou um conselho, não assista! Ele estraga a magia que a escrita do Gaiman transmite.

    Excelente resenha!

    Abraços, Lucien.

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